sexta-feira, 7 de julho de 2017

Lava Jato - Crônica de uma morte anunciada

Por Fernando Castilho

Imagem: Internet


Os procuradores da Força Tarefa, entre eles Dallagnol e Carlos Santos, que durante a campanha para as eleições presidenciais postavam impropérios a Dilma e elogiavam Aécio nas redes sociais, agora se dizem indignados. Será que só eles não perceberam o que estava por vir? Não teria sido interessante acompanhar um pouco os blogs de esquerda, inclusive este, que já alertava para o desmanche? Como assim, foram pegos de surpresa? Afinal, Lula não era o chefe, segundo o PowerPoint?


A foto acima já diz tudo, não?

Quem assistiu ao Jornal Nacional ontem talvez tenha percebido que William Bonner e Vasconcellos que sempre se superam como bons atores ao noticiar qualquer coisa que possa comprometer a dignidade do ex-presidente Lula, levantando ou abaixando as sobrancelhas, contorcendo os lábios e alterando o tom de voz, noticiaram o desmanche da Operação Lava Jato como se fosse um fato corriqueiro que não causasse nenhum tipo de comoção.

E talvez seja mesmo.

Há mais de um ano atrás, o senador Romero Jucá foi flagrado em gravação de áudio feita pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, onde afirmava, entre outras coisas, que era preciso uma resposta política para evitar que investigações caíssem na mão do juiz Sérgio Moro.

Em suas próprias palavras: “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria .”

Estava claro que a quadrilha que se instalou no governo e no Congresso depois do golpe contra Dilma, precisava parar a Lava Jato antes que ela atingisse os golpistas.

O juiz Moro já tinha incriminado vários deputados do PP, prendera José Dirceu sem que tivesse qualquer culpa comprovada, prendera João Vaccari baseado somente em delações sem comprovação e estava na cola de Lulas, tentando condená-lo pela posse de um apartamento triplex que nunca foi seu.

Se parasse por aí, tudo bem, mas a operação haveria de chegar à verdadeira quadrilha cujo chefe, sem sombra de dúvidas, é Temer. Aécio é o segundo.

Quando Temer nomeou o juiz Torquato Júnior para ministro da Justiça, já estava claro que sua primeira missão seria enfraquecer a Polícia Federal.

Há alguns meses atrás, grupos simpáticos à direita saíram às ruas para defender a Lava Jato. Estranhamente ninguém se revoltou com o desmanche que agora acontece.

Os procuradores da Força Tarefa, entre eles Dallagnol e Carlos Santos, que durante a campanha para as eleições presidenciais postavam impropérios a Dilma e elogiavam Aécio nas redes sociais, agora se dizem indignados. Será que só eles não perceberam o que estava por vir? Não teria sido interessante acompanhar um pouco os blogs de esquerda, inclusive este, que já alertava para o desmanche? Como assim, foram pegos de surpresa? Afinal, Lula não era o chefe, segundo o PowerPoint?

O fato é que esses procuradores, a PF e também Moro, foram usados durante estes três anos de Lava Jato.

A quadrilha aproveitou-se do fato de que a direita conseguiu introduzir muitos quadros nesses órgãos enquanto o PT cochilava e esqueceu-se de formar quadros tanto nos movimentos sociais quanto nos vários escalões de governo.

Esses quadros já serviram ao propósito de derrubar Dilma e o PT do governo e propiciar a volta da direita ao poder. Agora já não importam mais. Jucá tinha avisado mas eles não acreditaram.

Resta agora saber qual será a reação de Sérgio Moro.

Eu, no lugar dele, olharia no espelho e diria: “otário!”

Mas como Moro tem uma missão que lhe foi dada pelo governo americano, a quem na verdade serve, prosseguirá em seu objetivo.

A Lava Jato, a operação menina dos olhos de 10 entre 10 coxinhas, que nasceu com o firme propósito de acabar com a corrupção no país, mas que na prática só serviu para punir injustamente petistas e destruir empresas nacionais, vai dar agora seu último suspiro. Seremos mais uma vez motivo de chacota no mundo inteiro.

Se as pessoas que saíram de verde amarelo e bateram panelas já não se importam com nada, resta saber qual será o comportamento da esquerda neste momento.

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