quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Temos que botar fogo nesse apartamento. você não acredita?

Por Fernando Castilho



Nos dias de hoje, escrevo, não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos tempos da ditadura.


Marx escreveu em meados de 1840, a maior verdade sobre como seria a convivência das pessoas após a Revolução Industrial.

De um lado, a burguesia que detém os meios de produção. Em número, insignificante.
De outro, o proletariado, que vende sua força de trabalho. Em número, a grande maioria.
Estas duas classes lutam entre si. São antagônicas.

O século 21 não envelheceu o pensador alemão. Ele continua atual.

Paulo Freire, marxista, afirmou que entre os oprimidos (nome que ele deu aos proletários) há uma grande maioria que, ingenuamente ou não, defende o opressor (burguês) por várias razões.

Após acompanhar a votação no Senado que colocou Dilma Rousseff no banco dos réus sem ter cometido nenhum crime, com a total anuência do presidente do Supremo, Lewandowski, observei as reações, não de meus amigos progressistas, mas sim dos outros.

Nada.

A imensa maioria da classe média brasileira joga o jogo da burguesia, como se dela fizesse parte.

É essa classe média, que Darcy Ribeiro classificou de ranzinza, que assiste calada à injustiça cometida contra Dilma e ao desmonte dos programas sociais empreendido pelo interino golpista, Michel Temer.

E é essa mesma classe média que Marilena Chauí classificou de atraso de vida, estúpida, reacionária, conservadora, ignorante, petulante, arrogante e terrorista.

A burguesia brasileira que comandou o país por 500 anos vê agora sua última chance de colocar a casa grande em ordem e, por isso, convoca sua eterna massa de manobra, a classe média e também a pobre, para fazerem o jogo sujo.

Para isso, lança mão de lacaios subservientes e populares para seu intento, como Suzana Vieira, por exemplo.

Após a derrota de Dilma, fica evidente que ela será defenestrada na votação final, a menos que algum fato novo aconteça.

O fato novo, na verdade não é novo.

Estamos constantemente vivendo uma luta de classes, como disse Marx. Nada mais antigo, portanto.

E como se vence uma luta em que nós somos 99% e os dominadores, apenas 1%?

Não é hora de contemporizar.

Não é hora de perdermos tempo refletindo sobre nossas ações.

É hora de irmos pras cabeças, como dizia meu pai.

É hora de fazer valer os 99%, ou que seja, os 54 milhões de votos.

Invadir o congresso, tirar de lá os corruptos inimigos do povo.

Nos dias de hoje, escrevo, não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos tempos da ditadura.

Mas arrisco a defender que temos que botar fogo nesse apartamento. Você não acredita?

A hora é agora, não espera acontecer.

Ou acabamos já com a palhaçada, ou enfrentaremos um retrocesso que nos levará de volta, pelo menos aos anos 80.

Portanto, não se trata mais de protestos aqui e ali. Precisamos de ações concretas e marcantes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário