sexta-feira, 22 de julho de 2016

Feliz Dia dos Amigos! Ma non troppo!

Por Fernando Castilho




E passou o Dia do Amigo.

Pensei em postar algo legal, mas por fim achei que seria hipocrisia de minha parte pois não sairia do meu coração.

Tenho 600 amigos no Facebook, mais do que gostaria de ter, afinal, quantidade não significa qualidade.

Mas uma boa parte deles, nestes tempos de modernidade líquida em que vivemos, correspondem muito bem às minhas expectativas. Alguns nem conheço pessoalmente ainda, mas quero conhecer.

Porém, a maioria de meus amigos do Facebook não me torna feliz. Pelo contrário.

Amigo é pra se guardar no lado esquerdo do peito, assim falava a canção. 

Numa situação como esta em que vivemos, um verdadeiro divisor de águas ideológico, cada um se define por um lado.

Até aí, natural, afinal temos que conviver com as diferenças. E eu tento ser plural.

O problema é quando nos deparamos com uma situação em que estamos sobre o fio de uma navalha.

A maioria de meus amigos, embora respeitosamente tenham se mantido discretos em seu posicionamento, não gosta da presidenta Dilma. Normal, afinal, eu também não gosto.

Porém, ao se votar o impeachment de Dilma, o motivo alegado foram as pedaladas fiscais consideradas crimes de responsabilidade.

Óbvio, todo criminoso tem que ser punido e Dilma não fugiria à regra.

Sair às ruas pedindo o impeachment de Dilma, para quem não conhecia os detalhes do que significam as pedaladas, também seria natural, afinal, a mídia bombardeava isso dia e noite e muitos incautos foram enganados.

Agora, porém, quando o Ministério Público Federal inocentou a presidenta, já não há mais o motivo de crime.

Embora ainda não goste de Dilma, por Justiça, ela deve ser reconduzida ao cargo. E terminar seu mandato, pois foi eleita para isso.

Achava que meus amigos do outro lado iriam rever suas posições e dizer: ah, mas então ela é inocente! Foi injustiça! Ela deve continuar, então.

Qual nada.

Acho que o pensamento é que pelo menos uma vez na vida vão ser a favor da injustiça porque querem Dilma fora.

Ou seja, deixa eu pecar uma vezinha só. Depois eu volto ao meu normal que é ser justo, honesto e de consciência limpa.

Não, a Democracia foi desrespeitada e meus amigos estão maculados.

Não se pronunciaram, não reviram suas posições, não se retrataram.

Que me desculpem se quiserem.

Se não quiserem, fiquem à vontade. Sei quem são e embora possa tratar bem a todos pois sou educado, saibam que a relação nunca será a mesma.

Não julguem que é por divergências ideológicas que se acirram nestes tempos. Não é. Como disse acima, convivo bem com isso.

E nem falei dos verdadeiros criminosos que ajudaram a colocar no poder e que podem lhes retirar os direitos trabalhistas.


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