domingo, 10 de abril de 2016

A sempre suspeita pesquisa Datafolha e suas possíveis leituras

Por Fernando Castilho


Imagem: Abril


A impressão que dá é que esses números impressionantes estão a gritar para o consórcio golpista formado pela mídia, oposição (agora com Temer e setores do PMDB), Janot, Cunha, Moro e Gilmar Mendes que é preciso mais vigor para prender Lula porque ele, caso concorra, vencerá com folga as eleições de 2018 e a direita poderá amargar mais 8 anos longe do poder, simplesmente por não ter nomes e estar desacreditada.

A maioria dos analistas de política costuma desdenhar das pesquisas do Datafolha quando seus resultados não são favoráveis a seus candidatos e comemorar quando elas batem com seus desejos.

Seguindo uma linha de coerência, para mim qualquer resultado do Datafolha deve ser colocado em suspeição pelo simples fato de o instituto pertencer a um jornal e todos nós sabemos os malabarismos diários que a grande mídia faz para manipular seus leitores/telespectadores/ouvintes todos os dias.
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Mas vejam que nesta última pesquisa de sábado (9) , além de possivelmente ter manipulado dados (o que pode significar que Lula tenha menos ou mais porcentagem de votos do que consta nos gráficos), a Folha, não se sabe se por descuido do estagiário, manipulou o próprio gráfico para mostrar em um de seus cenários Marina Silva disparando de 23% para...23% e Alckmin subindo de 11% para 9%.

Mais tarde ela consertou o erro mas milhares de leitores devem ter sido iludidos.

Bem, Lula está muito bem na fita apesar do bombardeio midiático e a perseguição que sofreu do juiz Sérgio Moro. Era de se esperar na verdade uma queda.

E é aí que entro com uma ''teoria da conspiração'' seguindo a linha da suspeição do instituto.

A impressão que dá é que esses números impressionantes estão a gritar para o consórcio golpista formado pela mídia, oposição (agora com Temer e setores do PMDB), Janot, Cunha, Moro e Gilmar Mendes que é preciso mais vigor para prender Lula porque ele, caso concorra, vencerá com folga as eleições de 2018 e a direita poderá amargar mais 8 anos longe do poder, simplesmente por não ter nomes e estar desacreditada.

Outra leitura possível é que Lula pode estar na verdade ainda mais à frente na pesquisa, uma vez que as demonstrações de apoio popular e manifestações contrárias ao golpe têm ocorrido com frequência em todo o Brasil. Não seria nada interessante neste momento mostrá-lo tão à frente.

De qualquer forma os números divulgados mostram que para a oposição Dilma agora não deverá mais ser cassada pelo TSE pois se isso acontecer, com ela cai seu vice, Michel Temer e novas eleições terão que ser convocadas em três meses e é lógico que o favorito é a jararaca.

Outro fato interessante nos números da pesquisa é que em todos os cenários possíveis os tucanos não têm condição de vencer.

Parece que a opinião pública não mais vê Aécio e companhia como gente digna de assumir a presidência. Melhor para Marina Silva, por enquanto, porque caso ela se mostre uma alternativa consistente poderá sofrer ataque da mídia a menos que a direita considere que não há outra saída e tente elegê-la para ver o que consegue dela mais tarde, já que ela não se considera direita nem esquerda, o que convenhamos, é conveniente.

O que transparece além disso é que Aécio et caterva não parecem mais ser os nomes para a direita. Pode ser que ela invista em Bolsonaro...

O interessante é que nestas últimas semanas estamos assistindo a alguns tiros em pés.

Primeiro foi Temer e sua tresloucada aventura de se retirar do governo, porém mantendo o cargo de vice. Pegou mal, o PMDB não se retirou por completo e agora ele pode até sofrer processo de impeachment pelas mesmas razões de Dilma. Sua estatura política que nunca foi alta baixou ainda mais. E veja que pelo Datafolha 58% dos entrevistados são a favor de seu impeachment contra 61% de Dilma. Empate técnico.

Depois veio esta pesquisa mostrando que depois que assanharam o formigueiro, ele está mais agitado do que nunca e a popularidade de Lula só cresce ainda mais.

A cereja do bolo do fim do golpismo pode vir com a derrota da oposição no processo de impeachment de Dilma.

Se isso acontecer, entre mortos e feridos, só Dilma e Lula sairão incólumes.


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