quarta-feira, 23 de março de 2016

O peixe que tentam nos vender e o que devemos comprar

Por Fernando Castilho






Lógico que não é só a mídia, mas também a oposição e setores do Judiciário como Gilmar Mendes e Sérgio Moro que estão unidos e empenhados em vender um peixe que os desavisados compram facilmente sem verificar se os olhos e a pele estão brilhando, o que comprovaria se está fresco ou podre.

Além disso, desconfiemos pois este peixe está barato demais. Aí tem coisa. Estão nos escondendo muitas coisas sobre este peixe. Só mentes simplórias não perceberão.

Portanto, examinemos bem o peixe que nos tentam vender e busquemos com cuidado o que devemos comprar.

O peixe que tentam nos vender: A Constituição garante que um presidente possa ser deposto por impeachment caso a população saia às ruas.

Devemos examinar melhor esse peixe: Um presidente só pode ser impedido se tiver cometido um crime devidamente comprovado.

Querem derrubar Dilma porque a Lava Jato deverá em muito breve chegar ao PMDB, PSDB e DEM. É a única chance de Eduardo Cunha e outros escaparem da prisão.

Além disso há um jogo de cachorro grande sendo jogado na geopolítica: a importância do pré-sal desperta interesses muito fortes. Além disso, o protagonismo do Brasil dentro do Brics incomoda demais os americanos que veem na saída de Dilma e na impossibilidade da volta de Lula, sua grande chance de que o Brasil volte a ser seu aliado.

O peixe que tentam nos vender: a corrupção começou no governo do PT e todos os políticos envolvidos são desse partido, portanto, temos que tirá-los.

Devemos examinar melhor esse peixe: A corrupção sempre existiu no país. No governo FHC nenhuma investigação aconteceu. A Polícia Federal não tinha autonomia para investigar nada. O Procurador Geral da República mandava engavetar tudo.

A maioria dos políticos denunciados é do PP. Políticos do PSDB como os senadores Aécio Neves (citado 6 vezes na Java Jato) e Aloysio Nunes também estão envolvidos no esquema.

O peixe que tentam nos vender: Lula tem que ser preso porque cometeu crime de ocultação de patrimônio.

Devemos examinar melhor esse peixe: Lula tem que ser preso porque senão ele volta em 2018, com chances de ser reeleito em 2022 e isso a Casa Grande não pode tolerar.

Lula poderia tranquilamente ter comprado o tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia. Não o fez. Não há documento de escritura em seu nome, o que em última instância seria a verdadeira prova material de sua propriedade e não barquinho de lata e pedalinhos.

O peixe que tentam nos vender: o juiz Moro tem o direito de plantar grampos em quem quer que seja, pois a opinião pública assim exige.

Devemos examinar melhor esse peixe: Moro não tem o direito de plantar grampos sem autorização do STF. O que ele fez é crime. E a opinião pública é um conceito extremamente vago para ser usado a seu favor.

A mídia à falta de um líder verdadeiro da direita, uma vez que Aécio acabou se queimando, busca um nome com características semelhantes às de Collor, o caçador de marajás. Deu certo uma vez, pode dar de novo.

O peixe que tentam nos vender: após o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, o Brasil entra nos eixos e a corrupção acaba.

Devemos examinar melhor esse peixe: Michel Temer seria o presidente e até já articula com José Serra uma aliança para governar o país.

A crise econômica continuaria a mesma ou até pioraria pois não há fórmulas mágicas.

A convulsão social tomaria conta do país com revoltas, prisões e até mortes.

A Lava Jato seria desmontada (Serra já deu a dica quando afirmou que a caça às bruxas terminará tão logo Temer assuma), os empreiteiros seriam soltos, o financiamento privado de campanhas voltaria. Tudo voltaria ao que era antes.

Para os que compram esse peixe estragado fica ainda uma advertência: o país sairia destroçado, com sua Democracia definitivamente abalada, com nome internacional sujo e com corruptos de volta ao poder.

E depois não vai adiantar bater panelas sujas de peixe podre e nem negar que tenha tido participação nisso.


Fora a intoxicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário