quarta-feira, 11 de março de 2015

Drummond não vai!

Por Fernando Castilho


Foto por Tasso Marcelo
Dia 13 haverá em todo o Brasil, manifestações pela Democracia, pela defesa da Petrobrás, pelo direitos trabalhistas, pela reforma política, pelo direito da Presidenta reeleita governar.

Dia 15 haverá em todo o Brasil, manifestação pelo impeachment dessa mesma Presidenta. Alguns néscios aproveitarão para pedir a tal intervenção militar democrática e constitucional que ninguém em sã consciência consegue entender o que seria.

Algumas outras diferenças entre os dois atos:

Dia 13, sexta-feira, em todas as capitais, mas a partir das 16:00 no Rio, Belo Horizonte e em São Paulo. Povo cansado da jornada da semana, querendo ir pra casa, tomar banho e descansar.

Em outros tempos não haveria dúvidas quanto ao comparecimento massivo. Tempos de Lula. Tempos do movimento sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (hoje Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), Tempos de Luíz Gushiken à frente do Sindicato dos Bancários. Tempos de movimentos sociais atuantes. Tempos em que o PT era a massa, e a massa era o PT. Sem dissociações.

Se o partido e Dilma tivessem dado mais atenção aos movimentos, não temos dúvidas que encheriam as praças.

João Pedro Stédile promete colocar o MST nas ruas de todo o país, com suas camisetas e bandeiras vermelhas. Deve conseguir, líder carismático que é.

A CUT também promete estar presente, mas para isso terá que mobilizar todos os sindicatos que se abrigam na Central.

A FUP participará, afinal está em jogo o futuro da Petrobras e o emprego de 86 mil funcionários diretos.

Fora isso, não dá pra dizer, embora haja vários movimentos já confirmados.

É certo, porém, que o ato será engrossado pelos brutamontes convocados pelos sites raivosos da direita, o que poderá resultar em pancadaria da grossa.

E não sabemos se as PMs estarão presentes para evitar confrontos, ou deixar rolar. Ou também bater...

A mídia certamente fará sua cobertura, selecionando as melhores cenas de revide dos petistas.

Dia 15, domingo, em todo o país, mas a partir das 9:00 no Rio e 15:00 em São Paulo. Se os cariocas preferirem a praia, a cervejinha e depois o almoço lá pelas 15:00, o protesto pode fracassar. Às 15:00 será a vez dos paulistas. À essa altura já estarão informados do sucesso ou do fracasso no Rio. Mas tudo também dependerá da disposição em se abrir mão do churrasquinho de domingo para comparecer a essa coisa chata, afinal essa gente não é militante, não está acostumada a lutar por direitos.

O futebol foi antecipado para a parte da manhã, talvez para dar uma forcinha...

A PM estima comparecimento de cerca de 50 mil pessoas na Avenida Paulista. Será?

Se realmente, como se desconfia, o dono da Ambev e o próprio PSDB estiverem patrocinando o ato, pobres haverão de completar o quorum, recebendo uma ajudinha de custo, o que poderá confirmar o comparecimento dos 50 mil. Afinal, um dinheirinho extra para comprar água mineral é sempre bem-vindo.

Tentar antecipar o que acontecerá nos dias 13 e 15 é um exercício mais ligado à futurologia, e que já na sexta-feira poderá tornar este texto totalmente sem sentido, mas o que dá para garantir é que a boa e velha luta de classes que muita gente afirmava que já não tinha lugar após a queda do muro de Berlim e da União Soviética, enfim deu o ar de sua presença.

Só resta torcer para que não haja mortes, porque nessa atual situação, mártires hão de fazer a diferença.


Aécio também não vai




Nenhum comentário:

Postar um comentário