sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pede pra sair, Alckmin! Parte 1: A omissão na distribuição de água

Por Fernando Castilho


Alckmin elegeu a si próprio, um poste no governo do Estado de São Paulo.
Há 15 anos (!) no governo do mais rico e importante estado da federação, Geraldo Alckmin se cansou. Mesmo sem ter trabalhado. E nos cansou também.

São 15 anos de omissões graves.
São Paulo só não estourou, por ainda ter certa gordura para queimar. Afinal é o estado que concentra o maior número de indústrias, comércio e serviços do país. Mas já dá claros sinais de declínio.

O governo Alckmin é uma verdadeira força de atrito a impedir o tempo todo São Paulo de deslanchar em seu desenvolvimento. Essa força de atrito tem várias facetas. 

Esta série se propõe a analisar e opinar sobre 8 delas:

Distribuição de água
Transportes
Segurança Pública
Educação
Saúde
Habitação
Pedágios
Obras inacabadas

Começaremos pela 1º: 


A DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, acusa hoje ( 04/06), no sistema Cantareira, que abastece cerca de 8 milhões de pessoas (cerca de 20% da população) no Estado de São Paulo, volume de somente 5,3% de sua capacidade. O volume morto, captação de água abaixo da cota normal de captação, indecoroso e perigoso à saúde, devido à alta concentração de metais pesados, é de 15,1%.

A Sabesp não investiu um centavo sequer na construção de alternativas para captação de água nesses 15 anos anos, apesar do crescimento demográfico da população. Leia mais aqui Segundo analistas, a construção do sistema São Lourenço, que traria água do interior do Estado até a Grande São Paulo, já deveria estar concluída, mas nem saiu do papel.
Leia mais aqui

Por apolo11.com

Entre 2000 e 2010, o Estado de São Paulo aumentou sua população em 4,2 milhões de pessoas, (metade da população atendida pelo sistema Cantareira) atingindo 41,2 milhões de habitantes. Esse número representa um quinto da população total do país e mais que o dobro dos residentes em Minas Gerais, que ocupa a segunda posição no Brasil. Leia mais aqui


Em 2004, quando se deu a renovação da outorga (Portaria DAEE 1213/04) a Sabesp assumiu compromissos, que se tivessem sido cumpridos, a crise não teria tomado as proporções que tomou. Um dos artigos diz que a companhia deveria elaborar, em 12 meses, um Plano de Contingência para ações durante situações de emergência, mas que nunca saiu do papel:

ARTIGO 11° - A SABESP deverá elaborar, no prazo de 12 (doze) meses a partir da
publicação desta Portaria, em articulação com o DAEE, a ANA e os Comitês PCJ e AT, um Plano de Contingência para ações durante situações de emergência.

ARTIGO 12°- A SABESP fica obrigada a implantar, manter e operar as estações de
monitoramento contínuo dos níveis d’água das estações fluviométricas e limnimétricas nos pontos de controle do Sistema Cantareira e disponibilizar as informações em tempo real.

ARTIGO 4° - A operação do Sistema Cantareira observará o limite de vazão de
retirada, denominado “X”, obtido em função do estado do Sistema Equivalente, segundo a tabela e correspondentes curvas mensais do Anexo III desta Portaria.



Um inquérito civil do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aberto esta semana vai apurar se houve erros de gestão da Sabesp. Há suspeita de falhas na precaução contra as adversidades climáticas. O contrato de outorga vence no próximo dia 5 de agosto e sua renovação é vista com cautela por parte da Agência Nacional de Águas (ANA).

A Sabesp preferiu investir na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova Iorque. Ganhou dinheiro mas não investiu naquilo que é sua razão de existir.


Não investiu 37% em obras mas investiu 150% em propaganda. Mas propaganda pra que? A companhia corre o risco de que o consumidor passe a utilizar água de outro fornecedor?

O racionamento já está acontecendo, dia sim, outro não em várias regiões, e também à noite.
Mas o governador nega. Cinismo.

O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, afirmou que ''nós vamos distribuir água com canequinha'', se uma crise ocorrer no próximo verão. Mais cinismo.

O Ministério Público Federal em São Paulo recomendou o racionamento imediato de água em quase metade da Região Metropolitana da capital, que é abastecida pelo Sistema Cantareira.

O governador, Geraldo Alckmin, do PSDB, e a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo têm dez dias para informar as providências que serão tomadas.

O Ministério Público afirma que há risco de o sistema entrar em colapso e não descarta a adoção de medidas judiciais.

A Sabesp, que responde pelo governo, descartou a adoção de racionamento por considerar que a medida prejudicaria grande parte da população.


É um sense total, pois o racionamento já está sendo colocado em prática.

Ainda, como se não bastasse, devido aos remanejamentos de rede, o reservatório do Alto Tietê também está com níveis muito baixos.

Por Apolo11.com

A blindagem por parte da mídia, que responsabiliza São Pedro pelo desastre, é tão grande, que há a certeza da impunidade do governador.

Mas felizmente quem vota é o povo. E este está vendo (e sentindo) o descaso do governador, que tenta desesperadamente, respaldado em seu alto índice nas pesquisas, garantir água até as eleições. Depois, certamente virá um recionamento como nunca se viu em São Paulo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário